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A verdade sobre a infraestrutura da educação brasileira

Quando as pessoas falam sobre o que detém o Brasil, a educação está no topo da lista (juntamente com a infraestrutura). A má qualidade do sistema de Educação Pública Brasileiro limita as capacidades e adaptabilidade dos alunos, cria desfasamentos entre as habilidades dos trabalhadores e as necessidades das empresas, e sufoca a produtividade e o empreendedorismo. Estes limites afetam toda a economia-prejudicando o crescimento econômico, competitividade, pesquisa e desenvolvimento, e até mesmo a produção de petróleo (como a Petrobras tem lutado para encontrar trabalhadores qualificados para seus achados pré-sal).

O Brasil agora ocupa 50% (de 65 países) em leitura, matemática e ciência no exame PISA, acima dos mortos em 2000, mas ainda atrás do México, Romênia, Tailândia e Rússia. Mas talvez o mais marcante no sistema educativo sejam as grandes disparidades do país. Várias universidades públicas de alta qualidade do Brasil – incluindo a Universidade de São Paulo, uma universidade reconhecida internacionalmente—justapose um sistema notoriamente fraco de Escolas primárias e secundárias.

Em parte, tem a ver com financiamento. Uma parcela considerável do orçamento federal da educação—cerca de 5,5% do PIB—vai para o ensino superior. O Brasil gasta quase cinco vezes mais por estudante universitário (com seu sistema universitário público gratuito) do que por aluno do Ensino Fundamental. Este investimento pesado de topo beneficia desproporcionalmente os ricos, cujas crianças têm melhor desempenho nos testes de entrada da universidade depois de passar seus anos de ensino fundamental, médio e ensino médio em escolas privadas.

A falta de dinheiro nos níveis inferiores traduziu-se num número demasiado reduzido de Escolas primárias e secundárias. Com mais alunos do que Salas de aula, os estudantes brasileiros giram através de escolas em turnos, com alguns assistindo a aulas por apenas quatro horas por dia. Também não há professores suficientes; com vinte e três crianças brasileiras para cada professor do Ensino Fundamental, muito acima da média da OCDE de quinze.

Brasília começou a abordar esta desigualdade nos anos seguintes à democratização. O presidente Fernando Henrique Cardoso criou um Plano Nacional de educação, que trabalhou para sistematizar a Rede Escolar do país. Ele redirecionou os recursos educacionais para as classes mais baixas, e melhorou o acesso e o atendimento nas escolas primárias através de programas como Bolsa Escola, que pagam às famílias mais pobres para enviar e manter seus filhos na escola. A nível universitário, a administração de Cardoso introduziu o primeiro sistema de quotas raciais.

O presidente Lula aumentou ainda mais o financiamento educacional-agora através da Bolsa Família-Mais do que a duplicação dos gastos do governo por aluno, e abriu mais de 200 escolas técnicas. O presidente Rousseff seguiu o exemplo, destinando 75% das receitas da reserva de petróleo pré-sal para financiar o sistema educacional do Brasil.

Hoje os brasileiros permanecem na escola mais do que nunca, e quase o dobro do número de jovens estudantes passam a se graduar da faculdade em comparação com as gerações anteriores. Os resultados comparativos também estão melhorando, com as pontuações internacionais do PISA do Brasil subindo lentamente de baixo para baixo.

Ainda assim, os grandes desafios permanecem. Os professores protestaram contra reformas que exigiriam uma semana de trabalho de quarenta horas (neste momento apenas 6 por cento dos professores trabalham a tempo inteiro), e criar bônus baseados no mérito. O absentismo dos professores também permanece generalizado, perturbando a aprendizagem em 32 por cento das escolas em 2008. Por enquanto, embora o sistema educacional do Brasil esteja avançando, muitos sentem que não está avançando com rapidez suficiente.

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